O bairro do Pinheiro, onde Lili Buarque nasceu e cresceu em Maceió, já não existe mais. O palco de sua juventude deu lugar a escombros e rachaduras, o solo afundado após décadas de extração irregular de sal-gema na cidade. E a ameaça iminente das histórias das cerca de 200 mil pessoas afetadas caírem no esquecimento.
As crônicas de A fenda da lagoa são um registro da vida que pulsava pelo bairro antes de o chão tremer naquele 3 de março de 2018. Passeamos pelas memórias da autora em textos ora melancólicos, ora divertidos — muitas vezes, os dois. Ao longo dessa excursão, vamos desvendando o que há por baixo dos destroços das casas e negócios evacuados à força.
Selecionado pelo edital Multilinguagens, promovido pela prefeitura de Maceió, e pelo edital de literatura, do Governo de Alagoas, o livro conta também com uma versão em áudio gravada com voz da própria autora, e tradução para Libras (Língua Brasileira de Sinais).